Primeiramente, desculpa pela demora. Poderia dar a justificativa de tempo, mas, o que se aplica aqui é falta de incentivos e conteúdo.
Vamos falar um pouco sobre o assunto do momento: Roupas em faculdade. Mas, a pauta aqui não é sobre moda, e nem sobre educação. Envolve um pouco de política, justiça, cultura e convívio social.
Esses dias o tema tem sido bem polêmico e rotativo na mídia. Diz respeito a uma jovem que sofreu difamação, injúria, ameaça, constrangimento ilegal, cárcere privado, ato obsceno e incitação ao crime por ter ido a faculdade Uniban com uma roupa curta. Entre os nomes ditos, foi mencionado: “puta”, “prostituta” e “garota de programa”. É aqui que eu quero focar. Vamos lá, já que estamos nos referindo a uma pessoa que veste roupas curtas por “prostituta”, estamos fazemos um julgamento, certo? Então se é julgamento todos estão sujeitos a apontamentos; afinal, se as pessoas tem cara o suficiente para gritar isso, sabem o que estão fazendo. E considerando nosso país democrático, e o direito humano, o que vale para um, vale para todos.
Mas, é prostituição de que? Prostituição sexual? Quando frequentei faculdades públicas (UFG e CEFET) e particulares (UNIP e UNOPAR), ouvia muitas mulheres e rapazes referindo-se às outras pessoas como prostitutos. Fofocas diziam que seus colegas pagavam sua faculdade assim. Nos EUA, dizem que isso é muito frequente também. Mas, verdade ou não, qual é o problema? Sinceramente. Qual é o problema da prostituição sexual? Eu vejo um GRANDE PROBLEMA NA PROSTITUIÇÃO INFANTIL e na TRÁFICO DE MULHERES. Mas na prostituição livre e de própria vontade, nenhum. E vou dizer porquê. Porque todo mundo tem um cérebro, todo mundo tem a capacidade de raciocínio, (aos que não tem, há cuidados para tal). Todo mundo sabe o que faz e o que quer, só finge que não vê isso, ou se fazem de vítima. Eu sinceramente não tenho nada contra quem consegue dormir com mais de 3 pessoas em uma noite. E quando eu acho que tenho, eu penso se não é inveja (do corpo), estilo de vida (livre), ou ciúmes. Afinal, agredir por intimidação é uma coisa, agredir com uma argumentação falsa (O QUE ESTÁ ACONTECENDO DEMAIS HOJE EM DIA) é outra. Se tem gente que acha mais fácil, mais prazeroso, rápido e ético, conseguir dinheiro assim. Que o faça, a economia do Brasil agradece. Por que se incomodar com pessoas, encrencar e difamá-las em público? Eu jogo novamente um monte de argumentos: inveja (por parte das mulheres que não conseguem ter um corpo assim), (dos ricos que são sustentados pelos pais e não conseguem independência financeira), e (dos homens que SINCERAMENTE são FROUXOS!). Não estou defendendo aqui o ato de educar minhas filhas vestidas inapropriadamente, mas, dando a liberdade a elas de serem quem querer ser.
Que país é esse que julga e não ajuda? Se alguém estivesse preocupado com o jeito dela vestir, que fosse lá e desse uma roupa a ela, ou dissesse para ela que está incomodado. Se estão com dó dela, “ela está perdida”, que perguntasse isso a ela. Agora essa agressão em massa foi uma BURRICE em massa! Os incomodados com a imagem de uma estudante assim. Parabéns! Vocês se mostraram pior que o seu julgamento.
E já que estamos julgando, eu quero começar a chamar muitas pessoas de prostitutas e prostitutos. Eu entendo por prostituição não só sexual, mas, também mental, física, e ocupacional. E isso eu me refiro aos que se anteciparam a julgar. Fiquei inconformada depois que vi uma reportagem falando do mesmo comportamento em outras universidades (http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u650747.shtml) , entre elas a USP. Como podem jovens estarem na faculdade e com um “poder” de julgamento tão superficial? Eu me senti atingida. Sempre defendi a USP como uma faculdade grande, intelectualmente, e imaginava que TODAS, SINCERAMENTE, TODAS as pessoas da USP (pública) tinham um diferencial. Entendem mais de política, sociedade, e diferença social. Entendem o que é qualidade de ensino e investimento em educação.
Mas a imagem que me veio foi: são filhinhos de papais que se acham no direito de chamarem os outros de prostitutas, e se esquecem de que são “putinhos” de seus pais fazendo o que eles querem, e sem esforço algum de crescimento mental, financeiro ou social. São os que não precisam trabalhar, e com medo de ver uma pessoa mais dedicada (que pode até se prostituir para pagar uma faculdade), se sentem ameaçadas em vez de confessar que desperdiçam seu tempo com coisas fúteis e superficiais. São os que ficam em casa assistindo a programas de televisão onde se mostram partes íntimas, corpo e pouca roupa… E dão audiência a isso. São aos jovens que frequentam um barzinho, ou baile funk, dançam, bebem, “ficam sem compromisso – HÁ MAIOR PROSTITUIÇÃO?” e chamam isso de “vida social”.
Eu estou tão irritada com esse assunto, que sinceramente, não aguentei e tive que comentar. Quantas pessoas estão aptas a julgar as outras? Existe curso para isso, se chama “Direito”, existe quem faça isso, se chama “JUIZ”, e existe PRINCIPALMENTE LUGAR PARA ISSO, SE CHAMA “TRIBUNAL”. Agora a mídia utiliza isso como se fosse a fonte “fofoqueira”, um monte de gente concorda, outras discordam e ninguém toma um posicionamento do verdadeiro problema. O problema não é a roupa, não é a agressão. O problema não estão nas palavras, mas, no entendimento! A capacidade de julgar! A sociedade está muito preconceituosa! Mas, focar isso, faz a mídia perder audiência. Faz a mídia entrar num aspecto mais fundo e vertical nas pessoas. Não dá ibope, não dá polêmica…. Não é a toa que a mídia é o quarto poder.
Estou lendo o livro “A origem dos meus Sonhos” (Barack Obama), e o que eu vejo é um país perdido (Brasil), são esperanças praticamente no lixo. Eu sei que existem pessoas além da massa, convivo com algumas assim. Mas, o Brasil para mim hoje é como um filho que sempre prometesse para os pais crescer, mas, insiste nos mesmos erros por preguiça. Ver a visão do presidente dos EUA, sua intelectualidade, meio familiar, conhecimento e compará-la com a visão do nosso presidente semi-analfabeto, Luiz Inácio Lula da Silva. Eu quis chorar. Sinceramente, teve momentos que eu quis ir morar em um país “INTELIGENTE”. Mas, hoje dá para entender porque o Barack convidou Lula para o G7. Barack tem esperança em um mundo democrático-total, e resolveu investir suas esperanças em um coração puro.